VELHICE IMATURA

“Esconder e tentar reinventar o que está perdido,

não convencendo a si mesmo confiança em suas atitudes

patelas esquecidas, trago apenas um abraço, único e máximo

consolo que te afago, sinto vontade de correr,

 balançando a cabeça tentando esquecer,

mas te falar que não vai me convencer,

 conquistar é, ou ao menos pode resumir-se ao querer,

quem sabe derreter um pouco o gelo que isola esse desconfiado coração,

 e não venha me fazer sua falsa oração,

 um soco é bem mais confortável que um desgostoso abraço,

um olhar seco fala mais que um falso sorriso,

 essa sua errada soma somente aumentaram os prejuízos,

 e como dormi em paz com tanto equivocado juízo,

trago como escudo a malícia de aceitar meus erros,

e aprender porque não com meus tropeços,

você poderia começar mudando de endereço,

desapegue-se do seu desapreço pela vida,

 quebre essa privada onde mergulhou suas idas,

 compre um aquário, caminhe até uma loja de roupa, tranque-se no mostruário,

 jogue fora a camisa de botão, sugiro uma regata, chinelo de dedo e bermudão,

esqueça esse bobo medo, saia do esconderijo que abafou sua existência,

cave bem fundo e procure a persistência, eu talvez pare por aqui,

você não sei, talvez destino”.                   

(Rodrigo Lopes)